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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Mapa do crime é nova arma da PM para conter homicídios


Polícia Militar fará o mapeamento que traça a ligação entre as pessoas - Fonte: Jornal O Vale

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
A Polícia Militar começou um mapeamento para identificar quais poderão ser as futuras vítimas de homicídio no Vale do Paraíba.
A nova ferramenta de inteligência é feita a partir de uma ramificação que traça a rede de influências de uma vítima de homicídio.
Um homicídio com motivação pessoal pode gerar tanto uma vingança quanto outras pessoas podem ser futuras vítimas também, diz o tenente Geraldo Leite Rosa Neto, da Polícia Militar.
Até setembro deste ano, 309 pessoas foram vítimas de homicídio no Vale do Paraíba. O tráfico de drogas e as desavenças pessoais são as principais causas no crescimento de 24 na comparação com o período em 2010.
A PM, no entanto, ressalta que o objetivo da nova ferramenta não é solucionar casos, função atribuída à Polícia Civil. O intuito é evitar uma sequência de crimes.
O especialista em segurança pública, José Vicente da Silva, acredita que com a medida, as vítimas tendem a se sentir protegidas e os bandidos se sentirão vigiados.
Exemplo.
Para explicar como funciona a ramificação, a PM cita o caso fictício de um homem morto por motivação desconhecida.
A vítima já possui passagens por tráfico de drogas e mantinha um caso com uma mulher que já havia registrado Boletim de Ocorrência contra o atual marido.
As ferramentas de inteligência apontam duas causas para o crime: briga de tráfico ou motivo passional.
A partir do Infocrim, a PM faz a ramificação com os parceiros de crime da vítima e pessoas ligadas a eles.
Se havia dívida por tráfico, alguém será cobrado, e essa pessoa cobrada pode ser uma nova vítima. Ou os amigos podem tentar vingar a morte do parceiro.
A ramificação também inclui a mulher, como possível vítima, já que seu marido pode tentar matá-la também.
Diante da ramificação, o marido da mulher também é uma possível vítima devido ao risco de vingança.
Prática.
Diariamente, uma viatura de cada companhia (em São José, são seis) visita as casas das pessoas listadas na ramificação. Quando há operações, a lista também ajuda na distribuição de policiais.
Visitamos estas pessoas, perguntamos se elas sofreram algum tipo de ameaça. Se ela também pretende fazer algo, há uma chance maior de evitarmos, já que haverá policiais passando sempre naquela região, diz o tenente.
As visitas também são estendidas a locais que essas pessoas costumam frequentar.
Não queremos perturbar a paz dessas pessoas. O que fazemos é conquistar a confiança destas pessoas. A intenção é estreitar laços.
Crimes.
A ramificação também é usada em outros casos de crimes, como roubos de carro, por exemplo.
A metodologia empregada, no entanto, é diferente. Quando há seguidos roubos acontecendo em uma área, as ferramentas mapeiam quem são as pessoas que moram na região que possuem envolvimento com este crime.
A partir daí, direcionamos as rondas. Com as viaturas passando naquela região, há uma chance maior de fazermos o flagrante se o ladrão voltar a agir, afirma o tenente.
Jornal O Vale - November 13, 2011 - 04h10
Comunicação Social

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